13 de dezembro de 2019

Felicidade às margens do lago Carapeboi


Com grande satisfação, descobrimos uma casa à beira do caminho. Tratava-se de uma pequena venda, onde fui informado de que não me achava desviado do caminho, como temia, e que minha pequena caravana havia passado por ali poucos momentos antes. Mau grado a mesquinha aparência da venda e seu isolamento, aí encontrei licor, biscoitos, figos secos e azeitonas; aí fiz com grande prazer um complemento ao almoço frugal do meu hospedeiro de Cabiúnas. Perguntei ao proprietário e a sua mulher se não se enfadavam naquela solidão; pareceram surpresos com minha pergunta. O dono da venda respondeu-me que pescava no lago, e que passavam continuamente viajantes pela estrada, o que quer dizer que passavam dois ou três por dia. O hábito familiariza o homem com todas as situações; não há nada que não termine por fazê-lo feliz, quando se persuade que é impossível mudar de situação e quando ao mesmo tempo não tem ele sob as vistas os objetos que possam torturar-lhe a imaginação.

Auguste de Saint-Hilaire

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