No mundo espiritual, o "dar" enriquece - o querer "receber" empobrece. É que a permanente atitude doadora alarga os espaços internos da alma - ao passo que a atitude recebedora estreita a amplitude do espírito. Tanto mais pode a alma receber de Deus quanto maior é a sua receptividade - mas essa receptividade depende essencialmente da sua vontade de dar.
É claro que o doador não deixa de receber - mas não deve esperar receber algo de seus semelhantes, que isso seria secreto egoísmo. Não deve esperar retribuição nem gratidão alguma por seus benefícios, embora os beneficiados tenham obrigação em consciência de serem gratos ao benfeitor. O homem espiritual nada espera receber, da parte de seus semelhantes, por seus benefícios; e por isso também nunca se queixa da "ingratidão dos homens". Quem se queixa da ingratidão dos homens passa a si mesmo o atestado de egoísmo, de secreta egolatria. Entretanto, nenhum homem espiritual pode deixar de saber que, segundo as leis eternas, o doador espontâneo vai ser enriquecido por Deus, e tanto mais receberá na vertical quanto mais espargir na horizontal. Saber dessa lei cósmica não é egoísmo. Se assim não fosse, este mundo de Deus não seria um cosmos (sistema de ordem), mas, sim, um caos (confusão e desordem). Se eu, pelo fato de ser bom, desinteressadamente bom, saísse empobrecido no meu verdadeiro Eu espiritual, seria preferível não ser bom - e o cosmos de Deus estaria convertido num caos de Satanás.
A falta dessa permanente atitude e espontânea vontade doadora é que é a razão última e mais profunda da esterilidade de muitas almas que se têm em conta de espirituais, mas são, de fato, egoístas não-espirituais.
É relativamente fácil dar do seu, mas é imensamente difícil dar o próprio Eu. É bom dar do que temos - é sublime dar o que somos.
Doação, quer objetiva, quer subjetiva, que não se realizar num ambiente de verdadeira e espontânea alegria e entusiasmo, não é doação completa. Uma moeda atirada a um mendigo com maus modos e a contragosto, como quem joga um osso a um cão, está envenenada e não produzirá verdadeiro bem no seu recebedor; a aura maligna de que essa moeda vem envolta acabará por envenenar o mendigo, e a sua secreta revolta íntima contra seus semelhantes não-mendigos crescerá de pronto a cada moeda que ele receber, envenenada de desamor ou displicência. "O Senhor ama um doador alegre."
Ser cristão não quer dizer ser bom - mas ser radiantemente bom.
Há muitos homens bons, tristonhamente bons. Quem os vê, na sua bondade tristonha e lúgubre, não se sente de forma alguma atraído para o cristianismo deles, mas antes repelido como algo incompatível com uma vida dignamente humana. Mas o homem radiantemente bom, jubilosamente espiritual, esse, mesmo sem dizer uma palavra, é um grande apóstolo e propagandista do cristianismo, porquanto nada existe mais "contagioso" do que uma perfeita e radiante saúde espiritual. Jesus, o Cristo, era um homem radiantemente bom, e por isso todas as almas receptivas se sentiam irresistivelmente atraídas por ele, como planetas empolgados pela gravitação do globo solar.
Praticar meditação solitária, sem irradiar pela humanidade os dons materiais e espirituais que Deus nos concede, é o melhor modo de esterilizar a vida espiritual e fazer dela tão pesado ônus que, cedo ou tarde, acabaremos por alijá-la, por intolerável. Mas associar à meditação uma vida de jubilosa atitude doadora é tonificar a vida espiritual e fazer dela um verdadeiro banquete da alma e um oásis em pleno deserto terrestre.
É claro que o doador não deixa de receber - mas não deve esperar receber algo de seus semelhantes, que isso seria secreto egoísmo. Não deve esperar retribuição nem gratidão alguma por seus benefícios, embora os beneficiados tenham obrigação em consciência de serem gratos ao benfeitor. O homem espiritual nada espera receber, da parte de seus semelhantes, por seus benefícios; e por isso também nunca se queixa da "ingratidão dos homens". Quem se queixa da ingratidão dos homens passa a si mesmo o atestado de egoísmo, de secreta egolatria. Entretanto, nenhum homem espiritual pode deixar de saber que, segundo as leis eternas, o doador espontâneo vai ser enriquecido por Deus, e tanto mais receberá na vertical quanto mais espargir na horizontal. Saber dessa lei cósmica não é egoísmo. Se assim não fosse, este mundo de Deus não seria um cosmos (sistema de ordem), mas, sim, um caos (confusão e desordem). Se eu, pelo fato de ser bom, desinteressadamente bom, saísse empobrecido no meu verdadeiro Eu espiritual, seria preferível não ser bom - e o cosmos de Deus estaria convertido num caos de Satanás.
A falta dessa permanente atitude e espontânea vontade doadora é que é a razão última e mais profunda da esterilidade de muitas almas que se têm em conta de espirituais, mas são, de fato, egoístas não-espirituais.
É relativamente fácil dar do seu, mas é imensamente difícil dar o próprio Eu. É bom dar do que temos - é sublime dar o que somos.
Doação, quer objetiva, quer subjetiva, que não se realizar num ambiente de verdadeira e espontânea alegria e entusiasmo, não é doação completa. Uma moeda atirada a um mendigo com maus modos e a contragosto, como quem joga um osso a um cão, está envenenada e não produzirá verdadeiro bem no seu recebedor; a aura maligna de que essa moeda vem envolta acabará por envenenar o mendigo, e a sua secreta revolta íntima contra seus semelhantes não-mendigos crescerá de pronto a cada moeda que ele receber, envenenada de desamor ou displicência. "O Senhor ama um doador alegre."
Ser cristão não quer dizer ser bom - mas ser radiantemente bom.
Há muitos homens bons, tristonhamente bons. Quem os vê, na sua bondade tristonha e lúgubre, não se sente de forma alguma atraído para o cristianismo deles, mas antes repelido como algo incompatível com uma vida dignamente humana. Mas o homem radiantemente bom, jubilosamente espiritual, esse, mesmo sem dizer uma palavra, é um grande apóstolo e propagandista do cristianismo, porquanto nada existe mais "contagioso" do que uma perfeita e radiante saúde espiritual. Jesus, o Cristo, era um homem radiantemente bom, e por isso todas as almas receptivas se sentiam irresistivelmente atraídas por ele, como planetas empolgados pela gravitação do globo solar.
Praticar meditação solitária, sem irradiar pela humanidade os dons materiais e espirituais que Deus nos concede, é o melhor modo de esterilizar a vida espiritual e fazer dela tão pesado ônus que, cedo ou tarde, acabaremos por alijá-la, por intolerável. Mas associar à meditação uma vida de jubilosa atitude doadora é tonificar a vida espiritual e fazer dela um verdadeiro banquete da alma e um oásis em pleno deserto terrestre.
Huberto Rohden