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19 de julho de 2017

As quatro estações - Primavera


Desperta o meu amor na minha pele
Após o longo inverno de torpor.
Andei aí, por onde a dor impele,
Em sendas áridas, sem cor.

Sinto agora nas faces o rubor
E minha pele alva desmaiada
Deixa aparecer a sua cor
Qual alabastro, por dentro iluminada.

O coração, hibernado, que se aquece
Levanta, farejando, de sua toca,
Onde só a memória permanece

E tece, (enquanto, alegre, saio à caça),
Com seu pé pondo a girar a sua roca,
E o fuso puxa o fio, que não se esgarça.

Alma Welt

As quatro estações - Verão


Estou nua, transpirando nos teus braços
E a volúpia do suor da nossa pele
Ressuma qual perfume nos abraços
Melados, que o corpo não repele.

Meus seios achatados por teu peito
Mamilos titilando que se aquecem,
Amplexo de ouro, tão estreito,
Que os pelos se confundem e entretecem.

Singrando em mim como uma nau
(que só não usarei a sua rima...)
Eu o sinto enorme, entrando assim.

Quero-te pois, pra sempre, em cima,
Na frente ou atrás (não levo a mal)
Enquanto navegares dentro, em mim.

Alma Welt

18 de julho de 2017

As quatro estações - Outono III


O frio deste outono é bem maior
Que o inverno que minh’alma agora almeja
O sussurrar do coração, que sei de cor,
Fala só do amor que ele deseja...

Mas tento tapar os meus ouvidos
Para que não ouça a tentação.
Como das sereias os gemidos,
Essas súplicas que vêm do coração

Cercam-me detendo a embarcação,
De minha vida empenhada no seu rumo,
Com seu mastro nu, mas tão a prumo,

Onde, amarrada, me seguro
Pra ouvir sem mais perigo essa canção
Que já me fez passar por tanto apuro.

Alma Welt

17 de maio de 2017

Sonetos da Alma - VIII


Estou exausta, amor, de amar-te tanto
A noite toda mordisquei os teus pelinhos
Lambi-te como gata aos filhotinhos
Estás molhada de saliva, e não de pranto.

Tenho teu cheiro impregnado nas narinas
Me sinto viciada em endorfinas
Se me deixares, meu amor, com tua ausência
A síndrome terei, de abstinência.

Mas mesmo assim, amor, quero ir além
Entrar dentro de ti, e ficar bem
Sob tua pele, ouvindo a alma

No seu lento respirar, que então me acalma,
Fazendo o coração bater também
Com a cadência que do teu, assim, me vem.

Alma Welt

24 de março de 2017

Sonetos da Alma - IV


Espero, assim deitada, o meu amor
Fingindo-me um pouco adormecida
Estou nua, estou bela, e comovida
E o prazer da espera ainda é maior

Pois que os segundos, minutos, talvez hora
Que levará pra sua descoberta
Aumenta o meu prazer com sua demora
E põe a minha pele mais desperta

Sinto correr o mel sobre a coberta
Da cama, pois me encontro sobre ela
Nesta suave angústia que me aperta

De ficar assim, me imaginando
Surpreendida nua em pose bela,
Voyeuse, a mim mesma me ofertando.
 
Alma Welt

20 de março de 2017

As quatro estações - Primavera II


Flores e crianças, verdes praças,
Eu vejo na cidade cimentada,
E a copa novamente iluminada
Das árvores, através destas vidraças.

Por janelas amplas do atelier,
A vida entra e sai abençoada
Enquanto me ajoelho a agradecer
Sua dádiva que vejo renovada.

Sinto que o dom deste meu ser,
Além da bela vida a mim doada,
É vivê-la, assim, sacralizada,

Num cântico perpétuo e fiel
À arte, ao amor, e ao prazer,
Rio d’alma, fluindo como mel.

Alma Welt

3 de fevereiro de 2017

Sonetos da Alma - XVIII


Ontem fizeste, Aline, uma proeza
No meu corpo, a ponto de eu corar:
Enfiaste-me teu punho com firmeza
Como se quisesses me estuprar.

Me retorci em volta do teu braço
Como uma chama em meio a ventanias.
Quando quiseste retirá-lo não podias,
Eu te retinha como agora às vezes faço.

Senti a tua mão dentro de mim
Como um parto às avessas, devassando,
Tateando-me por dentro, assim, assim,

Sentindo-lhe os dedos que se movem
Depois quando a retiras deslizando
Os rumores de água me comovem.

Alma Welt

30 de janeiro de 2017

Eu, de meu cão


Uma tarde, saindo com meu cão
Senti forte apelo da bexiga
E como, pensei, um cão não liga,
Tratei de agachar-me e ali no chão

Fazer sobre a relva o meu xixi
Pois eu lera sobre as donzelas celtas
Que urinavam na charneca por ali
E creíam que as fazia esbeltas.

Mas eis que inusitado entra o cão
Na estória e também dentro de mim
Que não tivera, ai! nem tempo nem ação

Pois montou-me num tom peremptório
E fisgando-me co'aquele arpão carmim
Fez-me ver de quem era o território...

Alma Welt

28 de janeiro de 2017

As quatro estações - Prólogo


No círculo perfeito de minha vida
Me insiro equidistante como um raio
E vejo minha ação distribuída
Ponto a ponto, em seu sentido horário.

E posso contemplar os meus acertos
E erros que também fazem sentido
Ao produzirem seus breves apertos
No arco do meu ser, assim contido.

A alma, carregada de figuras
Concentra minha história nas minúcias
Que me contam mais que iluminuras.

Secreto, mas audível qual canção,
É esse código desfeito por argúcias,
Que a melodia desvela ao coração.

Alma Welt

24 de janeiro de 2017

As quatro estações - Inverno


É chegada a estação meditativa,
Onde a alma se pode recolher,
e sinto-a propícia e curativa
Deixando o coração me comover,

Acolho-o, quente, em meu regaço
Como um urso na toca, a ressonar,
Depois de tanto estardalhaço
Daquele verão nada exemplar,

E também de um outono desolado
Em cujo ouro tingido de vermelho
Eu vi meu coração despedaçado.

Quero esquecer, dormir o meu inverno
Sonhando minha vida num espelho
Da urna de cristal onde eu hiberno.

Alma Welt

Alma Louca


Acordei de noite em grandes ânsias
De desejo incontido e rebelado
Por um sonho nítido e melado
Que me pôs em fogo as reentrâncias

E então subi até a mansarda
E joguei-me nos braços do meu Rôdo,
Dizendo-lhe: "Sou eu que hoje fodo,
Põe-te ao meu comando e baixa a guarda!"

Então, molhada que já estava,
Sentei no seu colo e, empalada,
Subindo e descendo revezava

Minhas duas boquinhas sequiosas
Que o ordenhavam e punham ensopada
Sua parelha de prendas cor-de-rosas...

Alma Welt

A fonte


Vem meu amor, sou tua cadela,
Expondo-me inteira para ti.
Vê a minha concha como mela.
Agora olha a fonte, bem ali.

Assim de quatro, exposta, toda aberta
Sou tua, beija, chupa aqui,
Mete a tua língua assim experta
Titilando-me, molhada de xixi.

E agora estou pronta, tão melada
Que posso receber a tua vara
Sem que vá doer-me nada nada.

Então, amor, após tanto bombear,
Troca a doce, grossa bomba, de lugar,
E que ela não me seja nada avara.

Alma Welt

Sonho eleito


Meus passados amores, imagino
Que ainda estão comigo e em paixão,
Mayra, Andrea, Vânia, Gino
Que tanto prazer ainda me dão!

Pois cada noite eu escolho o meu par
E conduzo o sonho até o gozo...
E como rende o enlace amoroso,
De mil ângulos a me fazer gozar!

Às vezes eu os junto no meu leito
E produzimos aquela grande orgia
Como só possível em fantasia,

E no final exausta e satisfeita,
Na confusão da cama já desfeita
Me entrego afinal ao sonho eleito.

Alma Welt

Da vida, a maravilha


Aproximai-vos todos, eu vos peço,
Para ouvir a desabrida confissão
De amor e alegria com que teço
A minha bela teia de ilusão.

Cedo descobri, disso me orgulho,
Que o destino é formado de frações
Que podem alterar as condições
E construir sem produzir aquele entulho

Que costumamos ver sendo arrastado
Como triste saldo ou legado
Para tantos, num viver desperdiçado.

Se captei da vida a maravilha,
Ao Amor tributo o aprendizado,
P’ra não cair, do orgulho, na armadilha...

Alma Welt

O pacto


Pelos escuros corredores da mansão
Virás hoje de noite, eu bem sei,
Pois me olhaste, percebi, com intenção,
E tudo compreendi e... aceitei.

Entre presa e predador existe um pacto
Mudo, ancestral, perturbador.
Pois deixarei que me pegues com ardor
E me dês, como se diz, "aquele trato"

Que consiste em me usares e abusares,
Colocar-me em improváveis posições,
Devassares-me os mais íntimos rincões.

E eu deixarei, feliz, tu me melares,
Como fora minhas próprias oferendas
A escorrer de amor por minhas fendas...

Alma Welt

Encomenda


Penetre-me meu amor a minha fenda
Mas jaza calmo e quedo logo então
Para eu sentir a encomenda
Palpitando como um doce coração,

Em seguida ir vazando lentamente,
No sentido antigo mesmo, literal,
Para eu assim parir-te docemente
Com a baba qual cordão umbilical.

E então estando cheio de energia
E melado qual houveras explodido
Poderás penetrar-me o incompreendido,

Estreito botão róseo detratado,
Que tem a preferência do mercado
Sem que o reconheça a hipocrisia.

Alma Welt

Mel


Vem, meu amor, assim, já bem ereto
Sem cerimônia, seguro, suficiente
Abraça-me, tocando-me direto
Sentindo aquele anel já saliente

Depois passa teus dedos no meu púbis
E vai descendo, seguindo a sua curva
Para encontrar as cores dos rubis
Que se mostram quando a vista não se turva

Abra os lábios, assim, em arregaço
Se quiseres beijá-los docemente
Sentirás o seu perfume, levemente

E colhendo com a língua o mel que faço,
Estarás pronto, então, para o arremesso,
Que ao teu louco dardo me ofereço.

Alma Welt

23 de janeiro de 2017

Desafio


Quero esta noite ser fodida
Como uma cadela em pleno cio,
Me desculpe o leitor o desafio
Na primeira estrofe, de saída.

Então pense logo em minha concha
Do mais puro nácar já molhada
Pelo olhar da plateia ou peonada
Que sonha meter-me a deixar troncha,

Aberta, arrombadita e devassada,
Pra depois atirar-me escorraçada
Como uma cadela em plena rua...

E quando te afastares, meu leitor,
Logo quererás que eu seja tua
Novamente, para então "fazer amor".

Alma Welt

29 de dezembro de 2016

A cadela


Às vezes acho que sou uma cadela
Pois não consigo me conter
E penso em dar e dar até morrer
Ou então voltar para a costela,

Pois meu corpo lindo só foi feito
Para o sexo e o amor, e insatisfeito
Precisa pelo outro ser olhado,
E com volúpia tocado, penetrado.

E assim, eu me debato no meu leito,
E logo nua, colocando-me de jeito
A ser assim, pelos fundos, descoberta

Por alguém que vendo a porta aberta
Não resistisse à minha pose "acidental"
E invadisse, por impulso, o meu quintal...
 
Alma Welt

6 de dezembro de 2016

Ode ao meu corpo


Pelas lindas manhãs em que renasço
Como Vênus da espuma entre os lençóis,
Longe da velhice o arregaço
E seus cataplasmas e urinóis,

Pelas pétalas macias desta vulva
E o botão rosado de meu ânus
Que dou a chupar como uma uva
E perfeito continua pelos anos;

Pelos bicos frementes de carícias
Dos meus seios como lírios de brancura
E aréolas que são como primícias

Dos prazeres que dou a quem procura
E mergulha e volta com malícias,
Eu te agradeço, ó corpo, ó formosura!
 
 Alma Welt
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