- Pois bem, ouça, patrão! Uma manhã o bom Deus acorda um bocado aborrecido. "Que espécie de Deus sou eu? Não tenho nem ao menos homens para me louvarem ou jurarem pelo meu nome e me ajudarem a passar o tempo! Estou farto de viver só como uma velha coruja". Cospe nas mãos, arregaça as mangas, põe os óculos, toma um punhado de terra, cospe em cima, fazendo lama, amassa-o bastante, confecciona um homenzinho e o põe ao sol.
Ao fim de sete dias, retira-o. Estava cozido. O bom Deus olha-o e começa a rir: "O diabo que me carregue", diz ele, "mas é um porco em pé nas patas traseiras! Não era absolutamente o que eu queria fazer. Enganei-me redondamente".
Pega-o pela pele do pescoço e lhe dá um pontapé: "Vá! Suma daqui! Você tem agora é que fazer outros porquinhos, a Terra é sua! Vá embora! Um, dois, para a frente, marche!"
Mas, meu caro, absolutamente ele não era um porco. Usava chapéu de feltro, casaco jogado negligentemente nos ombros, calça com vinco e chinelas com pompons vermelhos. E mais ainda, trazia no cinto - foi certamente o Diabo que lhe deu - um punhal bem afiado, com estas palavras gravadas: "Hei de tirar-lhe a pele".
Era um homem. O bom Deus estende a mão para que o outro a beije, mas o homem torce os bigodes e diz: "Vamos, meu velho, sai daí para eu passar!"
Ao fim de sete dias, retira-o. Estava cozido. O bom Deus olha-o e começa a rir: "O diabo que me carregue", diz ele, "mas é um porco em pé nas patas traseiras! Não era absolutamente o que eu queria fazer. Enganei-me redondamente".
Pega-o pela pele do pescoço e lhe dá um pontapé: "Vá! Suma daqui! Você tem agora é que fazer outros porquinhos, a Terra é sua! Vá embora! Um, dois, para a frente, marche!"
Mas, meu caro, absolutamente ele não era um porco. Usava chapéu de feltro, casaco jogado negligentemente nos ombros, calça com vinco e chinelas com pompons vermelhos. E mais ainda, trazia no cinto - foi certamente o Diabo que lhe deu - um punhal bem afiado, com estas palavras gravadas: "Hei de tirar-lhe a pele".
Era um homem. O bom Deus estende a mão para que o outro a beije, mas o homem torce os bigodes e diz: "Vamos, meu velho, sai daí para eu passar!"
Nikos Kazantzakis
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