1 de dezembro de 2016

Abantesma


À noite esperei o meu amado
Uma vez mais ouvindo cada passo
E cada vão murmúrio ali ao lado
Na minha louca vigília de fracasso.

Uma vez mais não veio o meu amado!
E às vezes penso vir só de mim mesma
Meu próprio triste espectro esperado
Como a mais patética abantesma...

E então me encho de carícias
Aquelas que mereço de verdade
Descartadas que vão as pudicícias...

E introduzo-me os dedos e objetos
Evocando o divino velho Sade
Dileto amigo dos amores abjetos... 
 
Alma Welt

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