O teísta é um homem firmemente persuadido da existência de um ente supremo tão bom como poderoso que formou todos os seres extensos, vegetativos, sensitivos e reflexivos; que perpetua as espécies, que castiga sem crueldade os crimes e recompensa com bondade as ações virtuosas.
O teísta não sabe como Deus castiga, como favorece, como perdoa; pois não é assaz temerário para se gabar de conhecer a maneira de agir de Deus; mas sabe que Deus age e que é justo. As dificuldades contra a Providência nao o abalam na sua fé, pois são apenas grandes dificuldades que não constituem provas; submete-se a essa Providência embora só aperceba alguns dos seus efeitos e algumas das suas exterioridades; e, com o julgar as coisas que não vê mediante as coisas que vê, pensa que a Providência se estende a todos os lugares e a todos os séculos.
Reunido nestes princípios a todo o resto do universo, não abraça qualquer das seitas que unanimemente se contradizem. A sua religião é a mais antiga e a de maior extensão, pois a simples adoração de um Deus precedeu todos os sistemas do mundo. Fala uma língua que todos os povos entendem, ao passo que não se entendem entre si. Tem irmãos desde Pequim a Cayenne e conta todos os sábios como irmãos. Crê que a religião não consiste nas opiniões de uma metafísica ininteligível nem em vãos artefatos mas na adoração e na justiça. Fazer bem, eis o seu culto; submeter-se a Deus, eis a sua doutrina. Grita-lhe o muçulmano: "Se não fizeres a peregrinação a Meca, acautela-te!"; "Ai de ti", diz-lhe um coletor, "se não fizeres uma viagem a Nossa Senhora de Loreto!" Ele ri-se de Loreto e de Meca: mas socorre o indigente e defende o oprimido.
O teísta não sabe como Deus castiga, como favorece, como perdoa; pois não é assaz temerário para se gabar de conhecer a maneira de agir de Deus; mas sabe que Deus age e que é justo. As dificuldades contra a Providência nao o abalam na sua fé, pois são apenas grandes dificuldades que não constituem provas; submete-se a essa Providência embora só aperceba alguns dos seus efeitos e algumas das suas exterioridades; e, com o julgar as coisas que não vê mediante as coisas que vê, pensa que a Providência se estende a todos os lugares e a todos os séculos.
Reunido nestes princípios a todo o resto do universo, não abraça qualquer das seitas que unanimemente se contradizem. A sua religião é a mais antiga e a de maior extensão, pois a simples adoração de um Deus precedeu todos os sistemas do mundo. Fala uma língua que todos os povos entendem, ao passo que não se entendem entre si. Tem irmãos desde Pequim a Cayenne e conta todos os sábios como irmãos. Crê que a religião não consiste nas opiniões de uma metafísica ininteligível nem em vãos artefatos mas na adoração e na justiça. Fazer bem, eis o seu culto; submeter-se a Deus, eis a sua doutrina. Grita-lhe o muçulmano: "Se não fizeres a peregrinação a Meca, acautela-te!"; "Ai de ti", diz-lhe um coletor, "se não fizeres uma viagem a Nossa Senhora de Loreto!" Ele ri-se de Loreto e de Meca: mas socorre o indigente e defende o oprimido.
Voltaire
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