7 de novembro de 2016

Por que destruímos o que amamos e amamos o que destruímos?


Por que destruímos o que amamos e amamos o que destruímos?

Todas as ações humanas são motivadas em seu nível mais profundo por uma entre duas emoções: medo ou amor. Na verdade, há apenas duas emoções - apenas duas palavras na linguagem da alma. Esses são os extremos opostos da grande polaridade que Eu criei quando produzi o universo e o seu mundo, como o conhecem hoje.
Há dois pontos - o Alfa e o Ômega - que tornam possível a existência do sistema que vocês chamam de "relatividade". Sem os dois pontos, essas duas ideias sobre as coisas, nenhuma outra ideia poderia existir.
Todos os pensamentos e atos humanos se baseiam no amor ou no medo. Não há outra motivação humana, e todas as outras ideias se originam dessas duas. São simplesmente versões diferentes - variações do mesmo tema.
Pense bastante sobre isso e perceberá que é verdadeiro. É o que Eu chamei de Pensamento Responsável, um pensamento de amor ou medo. É o primeiro pensamento, por trás do pensamento - sua força motora. É a energia natural que põe em movimento a máquina da experiência humana.
E eis aqui como o comportamento produz experiência após experiência; é por isso que os seres humanos amam, depois destroem e então amam novamente: sempre existe a passagem de uma emoção para outra. O amor abona o medo, que abona o amor que abona o medo...
... E o motivo é a primeira mentira - aquela que vocês tem como verdadeira em relação a Deus - a de que não se pode confiar Nele; nem depender do Seu amor; e que a aceitação Dele a seu respeito é condicional; que, portanto, o resultado final é incerto. Porque se vocês não puderem confiar em que o amor de Deus sempre existirá, no amor de quem poderão confiar? Se Deus os abandonar quando não agirem adequadamente, os simples mortais não farão o mesmo?
... E então sucede que quando vocês juram o seu amor mais sublime, enfrentam o seu maior medo.
Porque a primeira coisa com que se preocupam depois de dizerem "eu o amo" é se ouvirão o mesmo como resposta. E se ouvirem, começarão imediatamente a preocupar-se com a possibilidade de perderem o amor que acabaram de encontrar. E por isso toda ação se torna uma reação - uma defesa contra a perda - até mesmo quando vocês tentam defender-se contra a perda de Deus.
Contudo, se soubessem Quem São - os seres mais maravilhosos e notáveis que Deus já criou - nunca sentiriam medo. Quem os poderia rejeitar? Nem mesmo Deus encontraria falhas em seres assim.
Mas vocês não sabem Quem São, e se consideram ser muito menos. E de onde tiraram a ideia de que são muito menos do que maravilhosos? Das únicas pessoas cujas palavras aceitariam para tudo: sua mãe e seu pai.
Essas são as pessoas que vocês amam mais. Por que mentiriam? Porém, elas não lhes disseram que são demais isso, e não o suficiente aquilo? Não lhes lembraram que devem ser vistos e não ouvidos? Não os repreenderam em alguns de seus momentos de maior exuberância? E não os incentivaram a deixar de lado algumas de suas ideias mais fantásticas?
Essas são as mensagens que vocês receberam, e embora elas não estejam de acordo com as normas, e portanto não sejam de Deus, poderiam ter sido, porque certamente vieram dos deuses do seu universo.
Foram os seus pais que lhes ensinaram que o amor é condicional - vocês tiveram consciência de suas condições muitas vezes - e é essa experiência que levam para os seus próprios relacionamentos amorosos.
Também é a experiência que levam para Mim.
A partir dessa experiência, tiram suas conclusões sobre Mim. Dentro dessa estrutura, contam a sua verdade. Dizem: "Deus é amoroso, mas se vocês não cumprirem os Seus Mandamentos, Ele os punirá com o desterro e a condenação eterna."
Vocês já não experimentaram o desterro que lhes foi imposto por seus próprios pais? Não conhecem a dor da sua condenação? Como então poderiam imaginar que fosse diferente Comigo?
Vocês se esqueceram de como é ser amado incondicionalmente. Não se lembram da experiência do amor divino. E por isso tentam imaginar como deve ser o amor de Deus baseado no que sabem sobre o amor no mundo.
Vocês projetaram o papel de "pai" em Deus, e por esse motivo imaginam um Deus que julga, recompensa ou pune, baseado em como Ele se sente em relação ao que fizeram. Mas essa é uma visão simplista de Deus, baseada em sua mitologia. Não tem nada a ver com Quem Eu Sou.
Tendo assim criado todo um sistema de pensamento sobre Deus baseado na experiência humana, em vez de nas verdades espirituais, vocês imaginam toda uma realidade a respeito do amor. É uma realidade baseada no medo, na ideia de um Deus temível e vingativo. Seu Pensamento Responsável está errado, mas negá-lo seria rejeitar toda a sua teologia. E apesar do fato de que a nova teologia que iria substituí-la seria realmente a sua salvação, vocês não podem aceitá-la, porque a ideia de um Deus que não deve ser temido, não julga e não tem motivos para punir é maravilhosa demais para ser aceita dentro de sua crença maior em Quem e O Que Deus é.
Essa realidade do amor que evidencia o medo domina a sua experiência do amor; de fato, permite criá-la. Porque vocês não só se veem recebendo um amor que é condicional, como também dando-o do mesmo modo. E mesmo quando recuam e impõem as suas condições, uma parte de vocês sabe que não é isso que o amor realmente é. Ainda assim, parecem incapazes de mudar o modo como o dispensam. Vocês aprenderam do modo mais difícil, e dizem a si mesmos que serão condenados ao sofrimento se forem vulneráveis de novo. Mas a verdade é que o serão se não forem vulneráveis.
[Devido aos seus próprios pensamentos (errôneos) a respeito do amor, vocês se condenam a nunca experimentá-lo puramente. Por isso, também se condenam a não Me conhecer como realmente sou. Enquanto não amarem puramente. Porque vocês não conseguirão negar-Me para sempre, e chegará o momento da nossa Reconciliação.]
Todos os atos realizados pelos seres humanos se baseiam no amor ou no medo, não simplesmente os que dizem respeito aos relacionamentos. As decisões que afetam os negócios, a indústria, a política, a religião, a educação de seus jovens, os compromissos sociais de suas nações, os objetivos econômicos de sua sociedade, as escolhas que envolvem a guerra, paz, ataque, defesa, agressão, submissão, as determinações de cobiçar algo ou dar aos outros, guardar ou partilhar, unir ou dividir - todas as escolhas feitas por livre vontade que já fizeram surge de um dos dois únicos pensamentos possíveis que existem: de amor ou medo.
O medo é a energia que restringe, paralisa, retrai, leva-os a fugir e esconder-se, e fere.
O amor é a energia que expande, move, revela, leva-os a ficar e partilhar, e cura.
O medo cobre os seus corpos de roupas, o amor lhes permite ficar nus. O medo os faz segurar tudo o que têm, o amor dá tudo aos outros. O medo sufoca, o amor mostra afeição. O medo oprime, o amor liberta. O medo irrita, o amor acalma. O medo critica, o amor regenera.
Todos os pensamentos e atos e todas as palavras humanas se baseiam em uma dessas emoções. Vocês não têm escolha em relação a isso, porque nada mais há a escolher. Mas têm livre-arbítrio para decidir qual dessas escolher.
 
Neale Donald Walsch

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