11 de setembro de 2017

Negócios à parte


Ao quinto mês em que eu estava entre os índios, chegou aí novamente um navio da ilha de São Vicente. É uso dos portugueses viajar pela terra de seus inimigos, bem municiados todavia, e com eles comerciar. Dão-lhes facas e segadeiras em troca de farinha de mandioca, que os índios têm em grande quantidade nalgumas regiões. Empregam a farinha para alimentar os numerosos escravos que mantêm em suas plantações de cana de açúcar. Quando chegam os navios dos portugueses, dirigem-se para ele um ou dois índios numa canoa, e alçam-lhes as mercadorias tão depressa quanto possível. Pedem então o que querem em troca e os portugueses lho entregam. Enquanto ambos estão no navio, conservam-se algumas canoas cheias de selvagens à distância e observam. Quando a troca comercial termina, remam muitas vezes os selvagens em direção do navio, escaramuçam com os portugueses e atiram-lhes flechas. Depois disto voltam.

Hans Staden

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